quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Il n'y a que toi!

as asas de meu cavalo estão feridas, devo ficar por este reino, mesmo, estou preso nessa casa branca, há tantos dias, estou com saudades, gigantescas, brutais, torturantes, mas antes, em um momento de salvação, pego o dicionário, cansado de tanto silêncio nada me seria melhor que ouvir uma palavra, que preencher algum sentido, mas por discuido acabo por abrir na letra dê. não que não goste de dês, a pessoa mais importante em minha vida tem como inicial o dê, dê é uma letra mágica, dê de desejo, dê de devir, dê de doce, dê de deus. o problema foram as palavras que encontrei, não era isso que eu procurava, me deparei com palavras que me dão nojo: democracia, direito, dever. toda essa dor política que os anjos protestavam, não seria possível seguir em dê, quem sabe eu encontraria outras tantas palavras triste. estou com dor de cabeça, comendo miojo e tomando ades. descubri nisso que o que me incomodava no silêncio, era exatamente o que me incomodava na palavra. que nada o dê tinha culpa, senão por grafar democracia, direitos e deveres, descobri que o que me incomodava neles é o gigantesco poder que eles tem. Quem detém a palavra, detém o poder e quanto ao silêncio, trata-se de uma impermeável camada do caos, onde somente as particulas escolhidas entram em osmose. chega.

sábado, 19 de novembro de 2011

longe de mim, te percebo, dono de si, em segredo...

Ele é filho de um homem louco, que se matou com um tiro na boca. Seu pai deu lhe um nome estranho, para torná-lo único, para torná-lo nórdico. Ele é ariano, segue pelo quarto portal, o do dragão, feliz por ter tirado aquela fotografia no meio da rua.
Ele viu um filme francês, eu fiz um chá e fiquei olhando, adivinhando que o Deus tem tanto poder. Era incrível como tudo fazia sentido, pela fumaça dividindo energias, pela vida que era puro amor. Me fale dos homens impercepitíveis, me conte um romance, vamos ao cinema.
Ando tão oco.