domingo, 12 de julho de 2009

...,

Ando, giro, sento, respiro fundo e não consigo parar de pensar em você. Mas não penso besteira. Penso na tua risada, no teu sorriso. Você fez um balão pra mim, com guardanapo de papel, inflou ele com teu ar quente e me deu. Toquei meus lábios onde tocaram os teus e suguei teu ar pra dentro de mim. Um pouco teu em mim. Disseste que devia abrir meu coração. Aqui estou, estava a teu lado, abraçados, te chamei no canto com as vozes ternas, repletas de alegria e tocar teu corpo é meu pecado. As estrelas de prata brilham no julho friorento e me denunciam teu amante. Mas eu já não tenho medo de sentir mais nada. Você não é uma barca furada e se fosse, afundaria com você. Penso no teu olhar que sorri com a boca e na boca que quer me ver feito olho. Incrível que pareça, devem falar bem de mim. Hoje eu vou me casar e quero te convidar pra brindar comigo uma taça de espumante. Você me segue, eu sei, não adianta disfarçar, me segue até no olhar e repete meus gestos tortos, minha risada de canto de boca. Perdôo-te, porque também te sigo, até no olhar, e imito teu gargalhar de boca aberta e sopros fortes. Não te contarei jamais quem sou, pois o te contar me faria menos eu. Nem quero saber quem és. Sê, que aqui sou e nos basta.

Beijos, Mário.