domingo, 16 de agosto de 2009

Ainda sinto esse cheiro em mim. Nem quis tomar banho, mas tomei. Ganhei de ti um prestígio, chocolate com coco, nosso chocolate. Mal me encostei a ti, e ainda sinto teu cheiro, talvez esteja no ar, alguma coisa que restou. Porque agora que a festa acabou, e o globo da discoteca não brilha e o cigarro queima no cinzeiro é que me pergunto: Como chegamos até aqui? Quem nos trouxe? É quando aprendo a partilhar e a lutar pelas coisas que amo, é que percebo como as amo. Intenso, como um pavão que aprendeu a voar e faz-se o arco-íris no céu num risco ébrio. Não há pecados, não mais... E se há dúvidas, não espero respostas. Pequenos olhares já me transbordam. Prefiro as migalhas que alimentam ao pão que mata a fome. Porém queremos demais, quero que o toque do corpo complete o toque da alma para que se encontrem e não haja meio de fugir. Acho que você me entende.

domingo, 12 de julho de 2009

...,

Ando, giro, sento, respiro fundo e não consigo parar de pensar em você. Mas não penso besteira. Penso na tua risada, no teu sorriso. Você fez um balão pra mim, com guardanapo de papel, inflou ele com teu ar quente e me deu. Toquei meus lábios onde tocaram os teus e suguei teu ar pra dentro de mim. Um pouco teu em mim. Disseste que devia abrir meu coração. Aqui estou, estava a teu lado, abraçados, te chamei no canto com as vozes ternas, repletas de alegria e tocar teu corpo é meu pecado. As estrelas de prata brilham no julho friorento e me denunciam teu amante. Mas eu já não tenho medo de sentir mais nada. Você não é uma barca furada e se fosse, afundaria com você. Penso no teu olhar que sorri com a boca e na boca que quer me ver feito olho. Incrível que pareça, devem falar bem de mim. Hoje eu vou me casar e quero te convidar pra brindar comigo uma taça de espumante. Você me segue, eu sei, não adianta disfarçar, me segue até no olhar e repete meus gestos tortos, minha risada de canto de boca. Perdôo-te, porque também te sigo, até no olhar, e imito teu gargalhar de boca aberta e sopros fortes. Não te contarei jamais quem sou, pois o te contar me faria menos eu. Nem quero saber quem és. Sê, que aqui sou e nos basta.

Beijos, Mário.