sábado, 30 de julho de 2011

Nova Granada de espanha e as Rosas partindo o ar



Tentara encontrar uma palavra: amor, paixão, demência. Mas nenhuma parecia servir, ou todas, ele disse que até compreende minha demência. Todas as palavras valem, e pesam. São cores num quadro, coordenadas de um tempo-espaço, ou não. Fiquei imaginando aqueles olhos vermelhos e algum sorriro bêbado, a volta do irmão do Henfil, do enfim. É novo pra mim sabe?! Pensei que as pessoas tinham esquecido, perdido qualquer brilho natural, qualquer cobertura, e eis que então no meio de um monte de fantasmas, eu vi uma fagulha brilhando, um pequeno foco de luz, ansioso de algum combustível para agora poder queimar livremente. Um tonteante sorriso pintou meu rosto, a face de homem que encontra água no sertão. É que me encantam as pessoas que tem um mundo, ou vários que seja, mas há o território e é preciso que haja algum território, alguma imanência, algum agenciamento pulsante na rizomática corrente da vida.
Eis que por você, eu teu corsário preso, vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar, a tua mão fria, a mão de um sobrevivente. E eu que mando em garrafas mensagens por toda a rede, agora encontro um correspondente. Engraçado como posso sentir, e essa é outra novidade: aprendi a sentir, posso sentir a nova brisa chegando, uma nova fase, o teceiro portal, a esverdeada fumaça de tuas grades de ferro. Falamos de línguas também, de todas elas, da língua que aprendi enquanto andava pelas quentes florestas dos caboclos, os insetos que encontrei. Revelei que a língua é onde tudo começa e tudo termina, ele gostou e quase sorriu. A língua brutal do primeiro choro, do primeiro dia na Terra, o mapa de uma inúmera possibilidade de futuro, o estribilho quase musical; a língua do primeiro beijo, a busca da fronteira, da interconexão das terras desconhecidas, dessa legião estrangeira que se esconde dentro de nós; a língua ébria e amarga dos sábados à noite, dos goles de cerveja, dos fumos, dos brotos; a língua que descobre têxturas, que sobe coxas e barrigas, deixando um rastro de caramujo; a língua da sede, da saudade, do encontro, que materializa os desejos; a língua dos sopros fortes, da maternidade, do orgasmo, das flautas e dos trompetes; a língua do bocejo, da fagida, de quando se sabe muito e daria tudo pra não saber de nada, a língua da morte, que sustenta o suspiro, o débil movimento, a eletrizada tentativa de dizer um último adeus. A língua, a minha língua, a tua língua, a nossa língua. Nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar, um coração que flutua, sustentado por uma coroa de espinhos, gelatina queimada do fogo, e mulher do poof também, era branco me recordo agora, eu dizia ainda é cedo, cedo, cedo. Cedo?!

Por um, uns

Prefiro os tédios noturnos regados a algum Frenet e muitos cigarros, do que a monotonia dos que adoram um Deus que nem sequer um palavrão fala. Se sou feito a semelhança do Deus, que ele seja doce e amargo também. Dos sonhos, tua face, de pelo por fazer, e teu sorriso que me engana todas as manhãs. E te encontrar por só um grande medo, ir embora não é razão e o fluxo de pensamento a unica solução e dos meios que entrei sem saber, espero que me falte, tua falta, teu prazer. A vida é grande, como um céu do veraneio cheio de luz e calor, por um cerveja, ou agua então e o transbordante pulo no mar. A ausência é fruto da resistência da luta contra o bem e o mal, contra o que se define, doce e fragil como a flor da laranjeira. Peço um café e um doce, uma torta, uma natureza morta, que não lembre teu sorriso besta, tua caras, caretas, e o medo de olhar. Fica em mim, que aquilo que é nosso vive, rest in the world like an angel, you’re my boy and ever will be. Eu te amo, L, pela malícia, pela melâncolia, pelos teus dias de choro, eu te amo, por que você é especial e todos nós sabemos que o que é especial está fadado a morrer, jovem, feito lírio, feito rosa, nós te amamos porque sabemos que teu futuro é breve, que tua vida finda, num carro que bate, num coração que cansa, nós te amamos eternamente.